quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Foi a primeira vez...


Agoniada e intensa. Quando as coisas acontecem tão rápido que você não percebe sequer o risco que corre, o melhor a fazer é mergulhar no mar. Pular de fora pra dentro de si, e se jogar no mar.
Fotografias sem sentido, trilha sonora alternativa, parques, jardins com mil flores. Tudo num turbilhão de idéias e imagens surgem agora na mente. Preciso escrever, como se cada palavra me aliviasse uma tonelada. E o ar entrasse cada vez mais em meus pulmões.
Fumaça de cigarro, buzina dos carros, nada que se rime, nada que se limite, apenas os sons de um sorriso agora mudo. Deu lugar as lágrimas e gritos surdos, e tudo ficou (...) Seco!
As pernas que se entrelaçavam na cama, suava e ardia a nuca. Uma língua grossa e macia descia pelo corpo, enquando os dedos se contorciam nos ferros da cama. Poderia ser medo, mas era prazer. E quando era medo sentia-se também prazer em tê-lo. E assim estava vivo, tudo aquilo que jurava ser uma história em mais uma tela de cinema.
A intensidade das palavras fazem a dor latejar no estômago, como uma ulcera mal tratada, que insiste em voltar todas as noites, quandos e está só no quarto escuro. Prefiro nao lembrar. Mas só de preferir, ja estou lembrando. Será mesmo que deve-se esquecer?
Vamos todos agora voltar ao que ainda não veio, como uma roda gigante presa na montanha russa. Uma tsunami de tranquilidade chega a minhas mãos. Foi um parto, nasceu e agora temos de cuidá-lo. Até que o proximo filho venha. Esta foi a primeira vez.

2 comentários:

Unknown disse...

Lindo texto.

Tila Miranda disse...

Eu até pensei que ia sair uma coisa na linha de "as grades do condomínio são pra trazer proteção, mas também trazem a dúvida se é você que está nessa prisão", mas vi que é distanciar, separar, delimitar relacionamentos. Nesse aspecto, eu até sinto menos pelo muro, porque eu não só distanciei, separei e delimitei como esqueci relacionamentos. Acho que tem uns três muros em espiral ao redor de mim.